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O Talmud, no tratado de Berachot relata-nos: “Todos os dias se escuta uma
voz dos Céus, como o pranto de uma pomba que exclama: Desgraçados dos meus
filhos, que pelas suas transgressões destruí a minha casa, queimei o meu Templo
e os desterrei de entre os povos do mundo”. Com estas palavras e de uma forma simbólica, o Talmud quer demonstrar-nos a
dor Divína pelas desgraças do povo judeu, palavras que o Midrash confirma:”Quando
o povo de Israel se encontrava no desterro, a Divindade também saiu para o
exílio”. O castigo é apenas um meio educativo para nos conduzir ao arrependimento e
guiar-nos pelo verdadeiro caminho.
Por isso é que antes do Dia do Juízo (Rosh Hashaná), D-us convida-nos ao
arrependimento, como disse o Rei Salomão no Cantar dos Cantares: “Quando me
entrego a D-us, D-us volta a mim”. Com esta alegórica interelação do judeu com D-us, com a primeira letra hebraica de cada palavra,
forma-se a palavra Elul e o valor numérico (guematria) da última letra
do versículo (iod=10) multiplicada por quatro, dá-nos quarenta. Este número simboliza os quarenta dias
de arrependimento que medeiam desde o primeiro dia de Elul até ao décimo dia do
mês de Tishrei (Yom Kipur). Costumes do mês de Elul É costume levantar-se antes da alvorada para implorar a Hashem pela
absolvição das nossas transgressões (Slichot). As comunidades sefarditas fazem-no a partir do dia 1 de
Elul, enquanto que as askenakitas começam na última semana do mês. Ambos as comunidades estendem as suas rezas
até ao dia 10 de Tishrei (Yom Kipur). A razão pela qual se deve madrugar, baseia-se no Talmud
que nos ensina que à meia-noite e o fim da noite são momentos propícios para o
arrependimento. Também se costumava tocar o Shofar todos os dias no fim das rezas de
Shacharit e Arvit (excepto na véspera de Rosh Hashaná) para recordar e motivar
o público a preparar-se espiritualmente para os dias que se avizinham. Há quem jejue na véspera de Rosh Hashaná em sinal de arrependimento e
também se submergem na Mikvé (banho ritual). Um bom costume é visitar as sepulturas dos nossos Sábios e Patriarcas para
que eles roguem por nós como um pai pede pelo seu filho. Estes costumes, adicionados à Tzedecá que se dá aos pobres e necessitados,
fazem com que cumpramos com a expressão que diz: “O Arrependimento a Oração e a
Tzedacá anulam os maus decretos”. Volver a Festividades |
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