“Diz aos Filhos de Israel...” (Vayikrá
25:2)
A parashá desta semana começa por dizer o seguinte: “E falou o Eterno a
Moshé de Sinai...”, ao que perguntaram aos nossos Sábios: Porquê a Torá
esclareceu que este preceito foi dito a Moshé no Monte de Sinai, por acaso não
lhe foi entregue todos os preceitos no Monte de Sinai? Ao que os nossos Sábios responderam:
para ensinar-nos que, tal como foram explicados todos os detalhes do ano sabático,
“Shemitá”, com todas as suas obrigações, também foram ordenados todos os
preceitos com detalhes do Monte de Sinai, da boca do Todopoderoso. Este conceito é a base de toda a nossa
Torá! Cada letra, cada preceito,
foram determinados directamente por Hashem no Monte de Sinai diante de todo o povo.
A veracidade e autenticidade da
Torá, fixaram-se nisso, em que foi entregue directamente diante de todo o povo,
não por meio de intermediários nem por um grupo selecto de intelectuais. A obrigação por excelência é o estudo
da Torá todos temos, não somente a possibilidade senão a obrigação de chegar ao
nível de um profeta como chegou Moshé no Monte de Sinai. Moshé não foi um super dotado em nenhum
conceito, senão apenas em humildade: “E Moshé é muito humilde”.
“...Quando venhas à Terra que Eu te entrego, descansará a terra “Shabat” ao
Eterno. Até a Terra deve cumprir
com a obrigação do Shabat (no Sábado semanal, senão o Sábado da “Shemitá”, cada
sete anos), pois o cumprimento das obrigações do Shabat, são o testemunho de
que reconhecemos o Criador de todo o Universo. “Pois Minha é toda a terra...”
“Seis anos semearás a terra... e ao sétimo ano Shabat Shabaton será para a
terra, Shabat, Shabat para o Eterno, não semearás... E será o Shabat da terra
para que comas tu, o teu servo, a tua serva, o teu empregado e o residente na
terra que habitam contigo...” Com
esta obrigação o Criador quer ensinar-nos que é Ele que na verdade alimenta
todo o Universo.
“E se perguntas: que comeremos no sétimo ano já que não semearemos a terra
e não recolheremos a nossa colheita?
E obrigarei a Minha bênção no sexto ano e fará a colheita para três
anos.
A Torá continua e ensina-nos as obrigações que temos no que respeita às
diferentes propriedades de casas, assim como as obrigações que temos para com
os servos, ao que perguntaram os nossos Sábios que relação existe entre o ano
Sabático e a propriedade de casas e a posse de servos, ao que responderam: “Quem não teve confiança na promessa
Divina e não respeitou as obrigações do ano Sabático, no final não terá que
vender as suas casas... até que tenha que vender-se como servo para poder
substituir”.
Entre os conceitos mal entendidos nas últimas gerações pelos não estudantes
da Torá, encontra-se o conceito de “servo” da Torá. A imagem do escravo dos filmes martela-nos com a
pergunta: Como é que a Torá pode
permitir uma injustiça social como essa?
Por acaso não somos todods feitos pelo mesmo Criador? A mera pergunta demonstra o
descontentamento de quem a formula, já que o Talmud expressa:Todo aquele que
adquire um servo, está a adquirir um dono!. As obrigações que adquire o dono com o seu servo, converte-o
em seu servo. Asim determinou a
Torá: Não o pode obrigar a trabalhar “befarech”, comentando os nossos Sábios:
naquilo em que não está acostumado a fazer, qualquer trabalho depreciativo tal
como levar ferramentas atrás dele, demonstraria a sua situação de servo,
qualquer trabalho inecessário ele está proibido dar-lho para fazer. Se o facto decarregar ferramentas atrás
de si é depreciativo e aquele que não está acostumado a fazê-lo está proibido e
o inecessário não é correcto dar-lhe a fazer, não parecia bem que o senhor
teria que abrir um escritório de emprego para lhe procurar um trabalho que ele
possa aceitar? As leis do desemprego
mais socialistas do século XXI não chegaram a comparar-se com as leis de há
3000 anos da Torá.
A Halachá determina as relações humanas com a que me obrigo ao adquirir um
servo: comerá na mesa do senhor, assim como dormirá como ele... chegando, no
caso de impossibilidade, a que o servo se converta em dono do seu senhor: “E
quando saia de tua casa não saíra vazio, senão que compartirás com ele, a
benção com a qual te bendisse o Todopoderoso...” Não o despedirás vazio!.
Sómente quem não tem conhecimento da Torá pode suspeitar como fora do tempo,
a Torá. “Fixou-se na Torá e fez o
mundo”. O Universo com toda a sua
criação, foi criado com base na Torá pelo que não pode encontrar-se nela
nenhuma incoerência com o que foi criado, senão, uma falta de conteúdo da Torá
é a que nos leva a pensar que a Torá pudesse ser incompatível com o mundo
moderno, baseado no conhecimento das ciências e nos sentimentos humanos.