“Mi Se Ninchas Marbim
Bessimchá”
“Desde o início do mês de Adar
que se aumenta a alegria”, assim determina o Shulkhan Aruch nas halachot de
Purim. O significado de “ a
alegria” é um conceito muito importante entre os nossos Sábios que chegaram a
implantar como preceito a obrigação da mesma. “Mitzvá Gedola Lihyot Bessimchá Tamid”, a grande obrigação é
estar alegre.
Encontramos poucos preceitos que não dependem do tempo nem da situação como
na semana de luto pela destruição no Templo, a semana de Tisha Be’Av, não nos
proibiram a alegria mas obrigaram-nos a diminuí-la. Alegria é uma situação obrigatória, pois a alegria é o
catalizador da potência humana para realizar factos.
Quatro perashot, devem ser lidas neste mês, além das que correspondem a
cada semana e existe uma discussão entre os nossos Sábios se estas leituras nos
foram obrigadas pela Torá ou se foi apenas a parashá de Zachor e há quem diga
também que a parashá Pará Adumá.
Então se a obrigação provém da Torá indica-nos a importância da mensagem
das mesmas.
A Parashá Shekalim que lemos e falamos dela na parashá Ki Tissá, há duas
semanas, sobre a obrigação de participar com meio shekel em expiação pelo censo
ou na participação da construção do Tabernáculo e para a compra dos sacrifícios
obrigatórios do ano que começa com o mês de Nissan.
A parashá Zachor deve ser lida no sábado anterior a Purim, na qual a Torá
nos obriga a recordar o que nos fez Amalek quando da nossa saída do Egipto,
quando estávamos cansados e desgastados, não tendo temor de Hashem. “Todo aquele que se apieda do cruel, será cruel com os fracos”
assim nos ensina a Torá a relacionar-nos com o mundo que nos rodeia, não ser
piedosos com os cruéis; Chaberlain apiedou-se quando podia ser cruel e afinal a
história demonstrou-nos que foram necessárias duas bombas atómicas e dezenas de
milhões de mortos para terminar com a crueldade de um sádico que se orgulhecia
de ter matado seis milhões de meninos, mulheres e anciãos indefesos. A parashá Zachor deve ser lida todos os
anos, pois a história apenas muda de cenários e a crueldade do homem foi
advertida pela Torá, logo após o dilúvio.
E disse o Criador: ”Não voltarei a maldizer a terra por causa do homem,
pois todo o desígnio do coração do homem é mau desde a sua juventude”. A Torá chegou ao mais íntimo do ser
humano está é a expressão com a qual nossos Sábios definiram a relação e o
entendimento do homem. Novos ventos
sopram nos nossos dias e talvez a leitura deste ano recorda-nos o que o mundo
não quis ver nos anos 30.
A parashá Pará Adumá, obre a qual o Rei Salomon disse: “Quis entendê-la e
se afastou de mim”; o sábio de todos os sábios não chegou a compreender o
comportamento dos preceitos espirituais da pureza e a vaca vermelha, sobre a
qual a Torá advertiu que todo aquele que estivesse impuro deverá purificar-se
depois de todo o processo que inclui as cinzas dessa vaca. Hoje em dia na procura desenfreada pelo
desconhecido, onde os limites da estratosfera ficaram estreitos perante as
nossas ambições, queremos ultrapassar as barreiras do conhecimento e navegar
para além da lógica nos mundos e realidades fora do nosso alcance. Há quem queira aprofundar essa lógica
de uma forma mística sem saber ler o abecedário e isto faz parte dos factos de
uma geração sonhadora no além, sem conhecer a realidade que lhe está próxima.
A parashá Hachodesh, última das quatro parashiot, vai ser lida no último
sábado do mês e assinala-nos o começo do ano, o mês de Nissan, mês de
Primavera, é o primeiro mês do ano mas este tema será por nós tratado, “Bli
Neder”, com mais amplitude pelo conceito e importância das datas incluídas na
dita parashá.