“E levantou-se
um novo rei...” (Shemot 1:8)
E faleceu
Yosef, todos os seus irmãos e toda aquele geração... E levantou-se um novo rei que não conheceu Yosef...”. Discutiram nossos Sábios sobre “o novo
rei”, se em verdade foi um novo rei que não conheceu Yosef ou foi o mesmo que
quis reconhecer o bem que havia feito Yosef pelo povo egípcio.
A importância
do agradecimento pelo bom comportamento, encontramo-la em diferentes
oportunidades na Torá: “E amarás o estranho, pois estranho foste na terra do
Egipto”, o dito do Talmud, que até o Todopoderoso se relaciona connosco da
mesma maneira que nós nos relacionamos com o alheio, ou até a terra do Egipto
ficou agradecida com o povo de Israel, pois não está escrito:”E se encheu a terra
deles”, como geralmente se traduz Vatimale Haaretz Otam, mas deveríamos
traduzir verbalmente: “E se encheu a terra para eles”.
“E quanto mais os faziam sofrer,
mais se multiplicavam... E os
egípcios os obrigaram a trabalhar com dureza...”, ao que pergunta o Sefer
Hachinuch: Porque é que a Torá critica o comportamento do Egipto, acaso não
tinha seus irmãos direito a cobrar os anos que Yosef manteve por conta do povo
egípcio seus irmãos e em verdade a todo o povo de Israel? E perguntamo-nos: Acaso não foram
convidados pelo mesmo Faraó, quem disse a Yosef: “Diz a teus irmãos, isto
fareis: Tomai da terra do Egipto, carros para vossas famílias... e que vossos
olhos não lamentem vossos utensílios, que a melhor terra do Egipto para vós
será”.
O Faraó convidou-os
de todo o coração, Então, que lhe devemos? Ao que responde o Sefer Hachinuch com um ditame haláchico:
Que todo aquele que é convidado a comer, pode exigir-se-lhe pagar a comida,
ainda que não tenha sido advertido sobre isso, já que ele deveria ter considerado
sua obrigação de abandonar pelo seu convite. A obrigação de informar não é do que convida senão do
convidado.
A crítica da
Torá não se refere à escravidão em si mesma, nem à falta de agradecimento por
tudo o que realizou Yosef para salvar o Egipto, senão que se refere à crueldade
do trabalho “Befarech”, tema que
teve diversos comentários entre os nossos Sábios. Rashi comenta: trabalho que massacrava o corpo e o quebrava,
não porque o faziam trabalhar duramente, uma coisa normal na escravidão, senão
que golpeavam sem necessidade para quebrar-lhes o corpo. Baal Haturim comenta Befaref: Be Pe
Rach com boas palavras nas quais os enganavam dizendo-lhes: Construam cidades
para habitá-las. Que desilusão tiveram quando terminado o duro trabalho que tanto
tinham exercido, descobriram o engano, ou a explicação Befarech: deram o
trabalho das mulheres aos homens e o trabalho dos homens às mulheres. Acaso o
Faraó se adiantou em três mil anos aos ares modernistas da igualdade dos sexos?
A Torá ensina-nos como norma, o
equívoco da ideia de considerá-los como cruéis, pois seguramente havia mulheres
exemplares que sobressaíram em mesteres típicos masculinos mas não se analisa
nenhum conceito pelas suas excepções, senão pela sua maioria e pela natureza
dos sexos, já que são diferentes as suas capacidades. Ainda não conhecemos o varão que pudera dar à luz, por mais
que se trate de converter, dados os avanços da humanidade e não entendem que a
natureza foi criada com suas limitações e potenciais, com muita inteligência e
longe de poder aceitar uma simples casualidade.
Ma Rabu Maasecha Hashemi! Que
grandes são os Teus feitos, Hashem!
Esta foi a expressão do Rei David quando contemplou as maravilhas do
espaço.