A Torá desde Jerusalém
Parashá Vaerá
“Eu sou o Eterno …” (Shemot 6:2)
E falou Hashem a Moisés e lhe disse: “Eu sou o Eterno; e apareci a Avraham,
a Itzchak e a Yaacov como o Omnipotente e meu nome, o Eterno, Hashem não lhes
revelei. Ademais pactuei com eles
a entrega da terra de Canaã onde habitam e também escutei o lamento dos filhos
de Israel que os Egípcios têm escravizado e recordei o Meu pacto.
¿Que quis Hashem demonstrar a Moshé quando lhe mostra a diferença dos
homens com os quais Ele se parece e porque lhe recorda o pacto com nossos Pais
e não esquece o grito que o povo fez “recordar” o pacto?
Maasé Avot Simán la Banim. Os
acontecimentos e factos que ocorreram a nossos antepassados são um grande
ensinamento para nós. Do que disse
a Moshé, Hashem quer ensinar-nos a razão de toda a existência e a fonte de
todos os feitos:”Eu sou o Eterno” tudo o que acontece está estabelecido pela
Vontade Divina, com uma meta:”Para que saibam que Eu sou Hashem...”. ¡Não nos pede a Torá que creamos em
Hashem, senão que saibamos! A
ideia de que a crença não está baseada no conhecimento, é falsa, que qualquer
dúvida a coloque em questão.
Enquanto que perante a crença baseada no conhecimento, todas as dúvidas
que possam aparecer somente motivam a indagar e responder a essas dúvidas.
“E assim falou Moshé aos filhos de Israel... e não escutaram Moshé pela
intransigência e o duro trabalho”.
Para escutar, faltam algumas condições: querer aceitar a ideia do
próximo e a tranquilidade física.
Esta última condição Faraó conhecia-a muito bem quando depois da
primeira visita de Moshé e Aarón para exigir-lhe a saída do povo de Israel, os
critica e diz: “...porque Moshé e Aarón incomodam o povo nos seus
trabalhos? ¡Vão fazer as suas obrigações!”. E obrigou Faraó naquele dia os opressores
do povo e os guardas e lhes disse: Não entreguem mais palha ao povo para a
fabricação de tijolos... pois estão folgados, por isso dizem vamos e sirvamos a
Hashem!”.
O Faraó sabia que o pior inimigo do pensamento era a ocupação, o trabalho,
a preocupação, factos que turvam o pensamento e não lhe permitem fazer o seu
exame. A era moderna, a
industrialização, a tecnologia, sonharam com o homem “Sapiens” dedicado ao
pensamento, afastado de todo o esforço físico. Os sonhos de prémio Nóbel em que os mineiros não tiveram que
partir mais as rochas das minas, ou o sonho de Oppenheimer na fonte da
energia. Tudo fazia pensar que no
ano 2000 começaria a era messiânica, a robótica descartava os obreiros, os
computadores a burocracia e a liberdade os regimes totalitários... e o homem
chegaria por fim a concretizar o seu sonho!
Entretanto, encontramos alguns anos depois dessa data tão esperada e nos
sentimos mais afastados que nunca: terrorismo sofisticado, guerras
electrónicas, novas classes de escravidão...
Dissemos novos modos de escravidão?
¡Sim! A escravidão no
Egipto, que no início se podia pensar que não havia mais nada humano que essa
escravidão, que tinha subjugada mais de metade da humanidade em condições
ínfimas de trabalho de dez horas diárias por um prato de comida, era um espelho
da triste realidade!
Shabat Shalom
Rab. Shlomó Wahnón
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