“Esforcem-se e sejam felizes...” (Deuteronomio 31:6)
“Chisku Vehimzu”. Esforcem-se e sejam felizes, não temam
e não caiam espiritualmente. Assim
se despede do povo, o grande Mestre Moshé antes da entrada da Terra de Israel. O temor e o desespero perante o perigo
ou qualquer outra situação da vida, são expressões de desconfiança. Rabi Nachman de Breslev disse: “Todo o mundo é como uma ponte estreita
e o importante é nunca temer”. A
vida é uma sequência de decisões assim como uma ponte, não temos mais remédio
que cruzá-la e a insegurança da sua longevidade assusta. A isto Rabi Nachman responde que devido
a que não existe a possibilidade de não passá-la, apenas nos resta a confiança.
O medo é a sensação pelo desconhecido,
a insegurança e a desconfiança, a resposta, o conhecimento e a confiança.
“E escreverás agora este cântico e
ensiná-lo-ás aos filhos de Israel”.
Com estas palavras O Eterno obriga
Moshé a nomear Yeoshua como sucessor e adverte-o do que acontecerá ao Povo de
Israel no futuro: “...E se levantará este povo e errará após outros deuses da
terra onde habitarão e me abandonarão e se apartarão do pacto que fiz com ele”.
A diáspora trouxe consigo a riqueza da
diversidade de costumes do nosso povo, dentro de uma união incomparável com
nenhum outro povo, senão consigo mesmo, onde doze tribos formaram parte de um
só povo. O erro não está na
diferença senão no abandono, já que durante gerações as comunidades estavam
definidas mas unidas, tanto yemanitas, ashkenazitas, sefarditas, orientais ou
polacos, todos tinham uma mesma direcção e meta. O que os diferenciava era apenas o país onde habitavam, o
idioma, as comidas, as roupas e costumes mas unia-os o primordial, aquilo que
os definia como tribos: A Torá e os preceitos!
As palavras da Torá não foram escritas
em vão: “E se levantará este
povo...”, pois a história nos demonstrou que a diáspora não trouxe apenas a
riqueza da diversidade como também o abandono por causa da assimilação. Terríveis estatísticas transmitem-nos
incríveis percentagens de assimilação e nem todas as tentativas para evitá-la
demonstraram ser efectivos, pois muitos “...ismos” se levantaram no nosso Povo mas com outros deuses da
terra onde habitam. Não está na
lógica a solução, senão nas palavras da Torá.
“E escreverás agora este cântico e o
ensinarás aos filhos de Israel...e será quando acontecer”. “... e este cântico será como
testemunho pois não será esquecido pelas gerações”. A profecia da Torá poderia não cumprir-se, através de três
mil anos de história, desterros, perseguições, genocídios... mas não puderam
com ela, pois ela é testemunho da Sua verdade.